quinta-feira, 9 de junho de 2011

As conseqüências negativas advindas da exploração do homem pelo homem vêm se mostrando de forma acentuada. O desemprego, a miséria, a fome, configuram-se como subprodutos da busca desenfreada por lucros cada vez maiores por parte de uma minoria privilegiada. Quem se encontra desprovido de capital neste mar de desigualdades, onde o dinheiro determina quem serão os vencedores, dificilmente conseguirá sobreviver. Nas águas capitalistas, a quantidade de barcos é pequena, só os mais fortes conseguem subir nas embarcações do progresso. O restante, a maioria, desprovida de equipamentos, luta para não submergir. Alguns conseguem se agarrar aos barcos, outros desistem e se entregam aos abismos oceânicos. Muitos encontram ilhas cheias de perigo, mas, sem outras opções, ali mesmo fixam moradia. Com o passar do tempo os moradores das ilhotas começam a construir balsas, visivelmente mais frágeis do que os robustos meios de transporte ocupados pela classe distinta. Mesmo assim, enfrentando todas as dificuldades, os ilhéus lançam-se ao mar. Ao se sentirem ameaçados pelos novos aventureiros, a pequena parcela que detém o domínio do oceano cria mecanismos que visam reter o avanço dos audaciosos aventureiros que gritam pelo seu espaço. Um dos meios de controle instituído foi a penitenciária, estabelecimento onde a população insular é jogada e rotulada como lixo. Quem passa pelo cárcere fica marcado pelo resto de sua vida. Enquanto isso, em lugar seguro, a ínfima tripulação dos primeiros barcos leva a rotina como se nada estivesse acontecendo. (Rafael Costa)

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