quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Tic! Tac!

Tic! Tac! Este barulhinho que sai do meu relógio, relembra-me a todo instante que o tempo está passando. Passa sem se preocupar se estou reparando. Simplesmente, passa. Tranqüilo, sereno. Segue seu curso. Tic! Tac! Apenas, repete-se. Tic! Tac! Belo som para os ouvidos de quem sofre, pois, cada Tic! Tac! ouvido, representa um Tic! Tac! a menos para o fim do sofrimento. Contudo, para os ouvidos de quem se sente bem, cada Tic! Tac! soado, mostra-se como uma tortura, pois, este intrépido ruído, lembra ao seu ouvinte que o tempo bem vivido esta chegando ao fim. Entretanto, o Tic! Tac! nem se importa, seja seu ouvinte sofredor ou feliz, o que ele quer é passar.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

A educação que temos e a educação que deveríamos ter

O indivíduo hipócrita tem por apelido cara-de-pau, qual seja sem vergonha. Tal vocábulo, hipocrisia, muito pode ser aplicado no mundo acadêmico em que vivemos. Nossa academia vive permeada por personagens que fingem ensinar e por outros que, seguindo o mesmo raciocínio, acham que estão aprendendo. Tal acontecimento não é norteado por preceitos do acaso; deveras, podemos presentear o seu funcionamento ao sistema econômico dominante, o capitalismo. Organismo que pode ser definido como sendo sócio-econômico no qual o trabalhador livre vende sua força de trabalho aos donos do capital que matem os meios de produção. Cruelmente a busca desmedida pelo lucro recompensa os trabalhadores que produzem mais; elevando, dessa forma, a quantidade em detrimento da qualidade. A academia, local de produção do conhecimento, não ficou incólume às feridas produzidas pelos ideais liberais. Os docentes, em sua maioria, não diferentes dos demais seres humanos localizados numa sociedade de consumo buscam avidamente o óleo que lubrifica a grande máquina, o dinheiro. Na seara do lucro o clichê “quanto mais, melhor” toma vida e assume a vida dos iluminados que deveria ser voltada essencialmente para a busca do saber e não do enriquecimento financeiro. Para por em prática a acumulação do capital os educadores se assoberbam deixando de lado a liberdade e se submetendo ao rigor dos horários. Não sobra tempo para mais nada. O que se percebe, em sua grande maioria, é a presença de mestres do saber cada vez mais desmotivados, sem estímulos para dar aulas, cansados, pois, como não poderia ser diferente, valorizam o ter quando deveriam dar atenção aos verdadeiros combustíveis da educação, quais sejam a curiosidade, a interação, a cumplicidade entre o aluno e o professor. Tenho certeza que as aulas seriam melhores se fossem ministradas com entusiasmo, com dedicação, com participação, com excitação da curiosidade. Por outro lado, o ônus da culpa não pode ser posto, apenas, sobre os educadores; antes, deve-se ater à contribuição do corpo discente para a manutenção de uma aula participativa, intrigante, recheada de perguntas. Esse status só poderá ser alcançado por meio da dedicação pessoal. Assim, com a união de companheiros, aluno e professor, poderemos de verdade modificar a situação em que se encontra o ensino superior brasileiro, sem objetivo, sem estímulo para uma transmissão do saber verdadeira que visa não somente o crescimento material, mas, sobretudo o crescimento interior.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Solitário
Não é
O escritor.

Escreve
Com muitos,
Com vários,
Mesmo sendo o autor.

Entrega-se
Num laço perfeito
De cumplicidade
E respeito.

Buscando,
Do seu jeito,
Soluções para os problemas
Do seu contexto.

Verso meu

Longo
Verso meu
Escrito em folhas.

Feito
Escolhas
Postas
No papel.

Segue
Adiante
Escrito
Errante.

Dentro,
Buscando
Encontrar,
Até acertar.

Corpo

Mãos
Que, entre olhares,
Se apertam.

Braços
Que, entre suspiros,
Se abraçam.

Bocas
Que, entre toques,
Se beijam.

Corações
Que, entre desejos,
Se amam.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Beco sem saída

Um garoto ficou fascinado diante da possibilidade de experimentar novas sensações. Seus amigos que já haviam vivido tais emoções lhe contavam que seria impossível descrevê-las e que para entendê-las ele deveria prová-las. Curioso, o menino perguntou a um de seus companheiros de que forma ele poderia vivenciar os tão falados momentos indescritíveis. Prontamente, foi lhe oferecido a título gratuito um pozinho branco que deveria ser inalado rapidamente. As observações foram seguidas a risco e os instantes inacreditáveis, inauditos e tantos outros “ins” que seria impossível enumerá-los foram alcançados. O guri estava estupefato diante do novo mundo que acabara de conhecer; e o melhor é que ele não havia pagado nada para tanto. No dia seguinte a turma se reuniu. O nosso protagonista foi o primeiro a chegar. Se a ansiedade tivesse forma com certeza se confundiria com a dele. À medida que os integrantes do grupo iam chegando ele lhes comentava o que havia sentido na noite anterior. Seu coração palpitava rapidamente, seus olhos enxergavam além do seu verdadeiro alcance, seu corpo inteiro parecia indestrutível; era como se estivesse tendo ao mesmo tempo mil orgasmos ao lado de mil lindas mulheres. Algum tempo depois o rapaz que havia lhe oferecido o pó-mágico chegou. Seu corpo rapidamente correu em direção dele e lhe contou tudo que viveu. O homem lhe deu um abraço e com a face em direção oposta à sua sorriu um sorriso de canto de boca que não conseguia disfarçar. Era um sorriso de contentamento por ter adquirido mais um freguês. Sem perder tempo o nosso pobre inocente perguntou ao seu mais novo parceiro: como faço para obter mais pozinho? Sem titubear ele respondeu: basta ter dinheiro. Nosso aventureiro que se encontrava em estado de êxtase não hesitou em retirar da carteira a mesada que acabara de receber e entrega-la integralmente em troca do produto. Ao receber a mercadoria correu em direção à sua casa, mas a ansiedade era tanta que parou no meio do caminho e ali mesmo, num beco escuro e sombrio, inalou de uma só vez grande quantidade do pó visando uma felicidade ainda maior do que a que ele já havia tocado. O resultado não foi outro, morreu de overdose. Alguns pivetes que passavam no momento em que seu corpo agonizava, aproveitando-se da vulnerabilidade daquele desconhecido, furtaram-lhe todos os seus pertences, inclusive as suas roupas e os seus documentos. O corpo foi encontrado pela polícia três dias depois; permaneceu no necrotério por um tempo e logo em seguida foi enterrado como indigente. Sua família até hoje não sabe do seu paradeiro. Este personagem poderia ser você. Pense nisso. O caminho das drogas é um beco escuro e curto disfarçado de paraíso e que acaba num buraco sem fundo.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

O que sou, senão uma parte de você?! Isso mesmo, uma parte de você. Sou mais uma peça nessa grande engrenagem chamada vida. Sou um ator tentando fazer seu papel no teatro da existência.
O que sou, senão um pouco de mim mesmo?! Uma junção de meus erros e de meus acertos. Uma combinação de minhas vitórias e de minhas derrotas.
O que sou, senão o que você pensa de mim?! Um personagem criado em sua mente, proveniente do reflexo de minhas atitudes em você. Um ser feito e desfeito, a cada momento, diante de uma nova atitude.
O que sou, senão o equilíbrio que encontro entre o ser criado por mim e por você. Uma criatura nova, que grita por vitórias, que se alimenta de acertos; mas que aprende com as derrotas e tenta consertar os erros.