sexta-feira, 27 de maio de 2011

Ouviam-se gritos. Alguns diziam: Soltem-no. Outros choravam copiosamente. A escuridão tomava conta do lugar. O pedaço de madeira que Ele trazia em suas costas foi deitado no chão. Colocaram seu corpo, todo marcado pelo sofrimento, sobre a madeira. Pregos transpassaram os seus punhos e pés. A cada batida da pedra sobre o prego ouviam-se os gritos desesperados de uma mulher que se encontrava na multidão. A cruz foi erguida. O céu que estava escuro ficou mais negro. Lágrimas cobriam o chão. Uma forte chuva se aproximava. Raios cortavam as nuvens. Um deles caiu por trás da cruz. Aquele pequeno instante de claridade revelou a crueldade que havia sido feita a um Homem que só fez coisas boas. Um silêncio tomou conta do local. Só se ouvia o barulho dos trovões. Aquele momento ficou gravado na memória daquelas pessoas e de suas descendências até os dias de hoje. Mesmo assim o mesmo Homem é crucificado todos os dias. Ele perambula pelas ruas sem ter onde morar. Busca seu alimento em latas de lixo. É abandonado aos cuidas de estranhos quando atinge idade avançada. Passa por inúmeras crueldades. (Rafael Costa)

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